Resenha acerca do livro "linguagem e escola"
Magda Soares tem a responsabilidade de colocar em sua obra as possíveis causas dos problemas de escola e linguagem nas camadas populares. Levando em consideração a linguagem e a forma de vida dos alunos, a autora faz uma discussão sobre três teorias do capital lingüístico escolarmente rentável. Bernstein nos ajuda a entender a primeira teoria que traz a idéia que as crianças das classes dominantes dispunham, desde cedo, de meios e instrumentos que ajudavam em seu desenvolvimento escolar. Já as crianças das camadas populares não tendo esse incentivo, chegavam à escola com déficit, atrasando-se em relação às outras crianças. Foi lançada então a proposta da educação compensatória, que se baseava em uma aula de reforço. Porém, essa estratégia acabou não dando certo, pois apenas as crianças das classes dominantes dispunham dessa aula de reforço. A segunda teoria é das “diferenças lingüísticas” de Labov, que nos diz que as crianças das camadas populares falam diferente das crianças das classes dominantes. As crianças falam de acordo com sua cultura. O dialeto que as classes dominantes usam é o privilegiado, excluindo-se assim o dialeto das camadas populares. Sendo assim, as crianças das classes desprivilegiadas são taxadas de sem língua ou analfabetas. Esses modos de falar não são aceitos embora não sejam errados, porque não são de acordo com a cultura das classes dominantes. Deduz-se então, que as crianças não podem abandonar seu modo de falar e sua cultura, mas que poderiam ensinar-lhes o dialeto – padrão para seu usado em ocasiões formais, deixando o dialeto – não padrão para as ocasiões menos formais. O uso dos dois dialetos é chamado de bidialetalismo. A terceira teoria, mesmo com idéias parecidas com as da primeira, diz que as teorias anteriores terminam por oprimir a cultura das camadas populares. Bourdieu diz que na sociedade tudo estar voltado para bens simbólicos e quem não os possuem ficam de fora, ou seja, não é dominante, mas sim dominado. Por fim, no último capítulo, a autora retoma as três teorias reconhecendo os problemas e as dificuldades existentes na escala. A primeira e segunda teoria tenta adaptar o aluno a sociedade, se opondo a terceira discordar, dizendo que a culpa não é do aluno ou da cultura passada o mesmo. Ela fala que a discriminação social reina e prevalece nessas teorias. As divergências acontecem devido a diversidade de focos, não havendo um acordo entre as teorias. Por isso, traz argumentos que mostram a eficácia de cada ideologia dentro da escala, e indicando várias estratégias para que a mesma se torne “transformadora”, dando ao aluno autonomia para fazer suas próprias escolhas. Sendo assim, concluímos que embora o livro traga muitas soluções para os problemas da educação das crianças das camadas populares, porém, nenhuma das três teorias consegue êxito em sua missão. São muitas estratégias e poucas resultados positivos. Não se deve ensinar a língua – padrão para incluir-se na sociedade, e sim para uma maior participação na luta contra as desigualdades.
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Realmente esse livro foi muuito proveitoso para nossa formação, além de termos visto ele com o Prof. Camilo, ficamos ainda mais por dentro da obra com a oportunidade q a Prof. Hercilia no deu!Parabens pelo blog galeraaaaaaa!!!,ele t "massa"
ResponderExcluirQuitéria
Esse livro realmente ajuda muito a repensarmos nossos preconceitos, principalmente para nós, futuros educadores desse país ainda tao cheio de mitos quanto a nossa lingua.Parabens galerinha de Caicó, essa postagem sobre a obra explica muito bem o sentido do livro
ResponderExcluirOlá amigos, vcs são chiques mesmo hein! O blog está muito bom mesmo. Mas a enquete sobre os professores é complicada de responder... gosto de todos... abraços
ResponderExcluirDany Rabelo
visita ai ok..
http://valorizandoosaber.blogspot.com/